Única vereadora eleita pelo PSD em Dias d´Ávila, na Região Metropolitana de Salvador, Imperatriz, que já tem cinco mandatos na Câmara local, pode ser cassada. Pior que isso, toda a chapa do partido corre o risco de ser impugnada por abuso de poder econômico e fraude eleitoral.
A veterana edil teve 592 votos e apesar de ter sido a 20ª mais votada, conseguiu uma das 15 cadeiras devido à média do partido. Ocorre que outras cinco candidatas, que ou desistiram da candidatura ou tiveram votações inexpressivas, podem motivar a impugnação de todos os candidatos que concorreram pelo PSD.
O PT de Dias d´Ávila ingressou na última sexta-feira, dia 8, com representação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA) onde acusa o PSD do município de abuso de poder econômico e candidatura fictícia.
Segundo a ação, o PSD “apresentou 18 candidatos, sendo 06 (seis) deles mulheres, ocorre que excluindo a candidata IMPERATRIZ, que caminha para o sexto mandato na câmara, as 05 demais candidatas tiveram votações inexpressivas e/ou zerada e inapta, com a desistência inclusive da candidata Zení Almeida número de urna 55555, candidata fictícia, valor recebido R$ 200.000,00, com 22 votos na urna, a candidata em questão não fez campanha eleitoral e no meio do processo eleitoral , declarou apoio a um outro candidato a vereador de um outro partido, Léo Mineiro”.
A denúncia é acompanhada de vídeos e fotos da candidata em campanha para o postulante do Solidariedade, além de ‘prints’ de mensagens onde ela admite sequr ter montado um comitê. Zeni teve 22 votos. Além dela, as candidatas Iná (39 votos), Pró Edilza (81 votos), Imperatriz e Dulce receberam, cada uma R$ 200 mil do fundo partidário.
Dulce foi contemplada mesmo sendo considerada inapta pela Justiça Eleitoral. A sexta candidata, Natali (4 votos), foi a única que não recebeu nenhum valor do partido e também não produziu material de campanha, o que o PT de Dias d´Ávila condiderou como “candidatura laranja”, com único propósito de cumprir a cota de 30% de candidaturas femininas.
Estranha coincidência
Outro ponto que chama atenção é a prestação de contas das cinco candidaturas que receberam repasses do fundo partidário. Apesar da evidente diferença de material de campanha produzido, todas apresentaram os mesmos valores pagos (R$ 199.900,00) às mesmas empresas.
Destaque para duas empresas de publicidade, a Graúna Comunicação, com sede em Lauro de Freitas, recebeu R$ 125.900,00 de cada candidata. E a Public Comunicação e Marketing Digital, com sede em Florianópolis (SC), foi contemplada com R$ 49.100,00 de cada pleiteante à vereança.
O curioso é que tanto a Graúna quanto a Public tem como único sócio e administrador, Fabiano José Dórea Reis, ex-assessor do deputado federal Cláudio Cajado (PP) e ex-diretor da TV Assembleia, nomeado pelo então presidente da Alba, o hoje senador Ângelo Coronel, do PSD, partido alvo da denúncia. Juntas, as empresas controladas por Fabiano receberam das cinco candidatas citadas, R$ 875 mil.