quinta-feira, 14, novembro, 2024

Energias renováveis impulsionam setor industrial baiano

 

O investimento no setor de Energias Renováveis – estimado em cerca de R$ 13 bilhões, sendo R$ 2 bilhões somente para pesquisa e desenvolvimento – deverá causar grandes impactos na indústria baiana em 2025, segundo a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), com ênfase na produção de diesel e querosene verdes da empresa Acelen. Outro destaque no setor, para o próximo ano, são os carros elétricos da empresa chinesa Build Your Dreams (BYD), que investirá R$ 5,5 bilhões na implantação de fábrica, na Região Metropolitana de Salvador.

 

Cada vez mais presente nas indústrias que buscam uma produção com menor impacto ao meio ambiente, o setor de Energias Renováveis segue “com boas perspectivas de investimentos na geração de energias eólica e solar, que ganharam ainda mais impulso com a aprovação e entrada em vigor da Lei do Combustível do Futuro, responsável pela criação dos programas nacionais de diesel verde de combustível sustentável para a aviação e de biometano”, como ressalta o especialista em Desenvolvimento Industrial da Fieb, Danilo Peres.

 

Essa nova legislação, acredita, “fará com que toda a cadeia de produção de combustíveis renováveis seja alavancada, estando a Bahia em vantagem neste segmento”. Caso os recursos previstos em energias renováveis sejam concretizados, pontua o representante da Fieb, toda cadeia de refino será beneficiada já no próximo ano. “A grande aposta está na produção do SAF (Combustível Sustentável de Aviação), que será produzido a partir de recursos renováveis em um primeiro momento do óleo de soja e, em seguida, da macaúba”, diz.

 

Com a chegada da BYD para produzir e montar carros na Bahia, a expectativa do Governo do Estado é que sejam gerados mais de dez mil empregos, entre diretos e indiretos. Em uma visita técnica ao Complexo Industrial Automobilístico de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, a CEO Américas e vice-presidente global da BYD, Stella Li, a montadora será munida de alta tecnologia. “Será uma das fábricas mais avançadas e modernas do mundo”, disse. Na primeira etapa, a fábrica irá abastecer o mercado automotivo com três modelos: o hatch Dolphin, o SUV Yuan Plus e o híbrido Song Plus.

 

A capacidade inicial prevista é de 150 mil unidades por ano. A segunda fase será dedicada à indústria química para processamento de lítio e ferro fosfato para beneficiamento e exportação de 100% da produção para a China. Na terceira e última etapa, o plano é fabricação de chassis para montagem e produção de ônibus e caminhões elétricos. “Trata-se de um setor portador de futuro, pois estima-se um mercado muito grande para os veículos elétricos no Brasil para os próximos anos. De qualquer forma, é necessário investir no encadeamento do segmento para que a produção da BYD possa superar a fase de montagem de produtos e passe a ser mais integrada à economia local”, opina Peres.

 

Habitação social

 

A indústria da construção civil também tem perspectivas favoráveis para 2025, com uma maior retomada da habitação de interesse social com o programa Minha Casa Minha Vida, de acordo com a Fieb. “Destaca-se como ponto de atenção o efeito da elevação da taxa de juros, que deve frear as vendas no mercado imobiliário. O setor também tem a expectativa de lançamentos de programas de aceleração de obras públicas, notadamente de obras de infraestrutura”, observa Peres. Segmentos tradicionais como Alimentos, Bebidas, Couros e Calçados, Têxteis, Vestuário e Informática, Eletrônicos e Ópticos e Móveis têm iguais perspectivas favoráveis, “com a recuperação do emprego e da renda, uma vez que são voltados para o consumidor final”.

 

Um ponto de atenção, para o próximo ano, ressalva o especialista da Fieb, está na Petroquímica, “que passa por um ciclo internacional prolongado de baixa e o mercado nacional está sendo inundado com importações”. Como medida atenuante, o governo federal aprovou, no último 18 de setembro, o aumento do imposto de importação de 30 produtos químicos, com elevação das tarifas para 20% por ano. “Nesse sentido, as perspectivas são melhores do que as deste ano, embora seja preciso trabalhar para melhorar as condições de competitividade”, pondera.

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